Ser jovem sempre vem acompanhado de muitas expectativas, afinal somos a esperança, o futuro e tantas outras coisas. Dentro da Igreja não seria diferente, seremos nós os missionários, os padres, mães, pais, amigos que levarão a palavra de Cristo ao próximo. Mas sempre me intrigou a dificuldade que nós temos em permanecer andando no caminho de Cristo.
Lembro-me dos sacramentos da primeira eucarística e crisma, tantos jovens, cheios da alegria do Senhor, que com o tempo foram se afastando, se distanciando e confesso que por um tempo, até eu me peguei sendo aquela católica apenas de missa aos domingos.
Em um mundo como o nosso, onde tudo é permitido, tudo é livre, principalmente entre os mais novos, tentações e falsas promessas nos afastam do amor de Cristo, nos fazem questionar e até mesmo duvidar de seus ensinamentos e cuidados. Promessas que oferecem caminhos tênues, porém, ao mesmo tempo, extremamente persuasivos.
Por isso não vim dar respostas, até porque não as tenho, mas sim ressaltar uma coisa que é extremamente importante e capaz de mover montanhas em nossos corações e nos corações das pessoas ao nosso lado... O trabalho missionário, da comunicação, do diálogo, de levar a palavra ao outro, que nos permite a oportunidade de ajudar a criar e/ou reconstruir laços com Deus.
De fato, muitas vezes é mais fácil convidar uma pessoa para uma festa, um bar a chamá-las para a missa, para o encontro de jovens, principalmente quando nos deparamos com personalidades que renegam qualquer tipo de aproximação com a religião, que criticam, que fazem pouco caso de você que escolheu o caminho de Cristo, coisa que parece um absurdo para alguns olhos. Mas somos nós, por meio de um abraço, de um convite, de um questionamento que nos tornamos verdadeiros instrumentos de Cristo na transformação e no direcionamento de muitos outros jovens que só precisam de um empurrão. E por mais intimidador que possa parecer, visto a possibilidade de sermos recriminados, taxados, Deus é poderoso ao nos dar força e discernimentos para lidar com isso.
E falo isso a partir de mim, que cresci dentro da Igreja aprendendo, participando e de repente me vi afastada, vivendo realidades e promessas de um mundo que nunca me fez bem, de um mundo que me trouxe tristeza, angústia, insegurança. Mas, foi por meio de jovens, que se permitiram ser instrumentos levando a palavra e o amor de Jesus que tive a oportunidade de me reencontrar, me reconectar com esse Deus que é amor, bondade, que traz força e certezas. Falo ainda por outros jovens, que nunca tiveram se quer a oportunidade de experimentar esse contato. Não é fácil, ninguém disse que o seria, muito menos rápido, é um processo longo, tropeços acontecem, dúvidas, mas desde o momento que você escolhe dar a mão ao Senhor, Ele é fiel em mostrar as respostas que antes não éramos capazes de escutar.
Por isso, você jovem que se coloca como instrumento, seja perseverante, seja forte na sua caminhada. Por outro lado, você jovem que se vê perdido, dê uma chance a si mesmo de tentar, não posso prometer que será fácil, que pessoas e situações não irão tentar lhe desmotivar, mas posso garantir que a experiência de se permitir ouvir e seguir a Cristo é indescritível. “A felicidade que procurais, a felicidade a que tendes direito [...] tem um nome, um rosto: é Jesus de Nazaré.” (Bento XVI)
Por Emanuelle Oliveira, Auxilia Matriz
Yorumlar